sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Analisar..Planejar..Executar...Avaliar!


Cada vez mais percebo ao longo de minha experiência e das diversas situações que me deparo no dia-a-dia que esta sequência de "análise, planejamento, execução e avaliação" está presente em praticamente todas atitudes que tomamos no nosso cotidiano.


No futebol, como um reflexo da complexidade de nossa vida e sendo assim algo complexo e caótico como a tal, não é diferente, esta sequência se apresenta no dia-a-dia do treino, dos jogos, das competições, nas relações do grupo...


E a partir disto cada vez mais me convenço que quanto mais qualificada for nossa análise, isto é, o ponto de partida, melhor será nosso planejamento, com maior qualidade será feita a execução daquilo que se quer, e melhor sucedida será nossa avaliação!


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Grupo de Estudos e Pesquisa em Análise de Jogo


A análise dos fatores que compõem o fenômeno futebol é essencial para uma melhor compreensão e conhecimento do mesmo. E através da interação das idéias dos profissionais que nele atuam é que emerge um conhecimento cada vez mais qualificado a respeito do tema. É nesta perspectiva que possuimos este grupo, com o objetivo de trocar idéias quanto a diversos temas da área, e assim desenvolver conceitos e aprendizados. Os encontros, que ocorrem 2 vezes por mês, são constituidos por um grupo que ama o futebol e procura evoluir cada vez mais a nível de metodologias de treinamento, formação de equipes, gestão de grupo, dentre diversos outros temas que envolvem o fenômeno. Ontem, passados mais ou menos 3 meses do início, brindamos o convívio com uma reunião de confraternização, acompanhada de um ótimo churrasco. O tema futebol (ou futebóis) foi como de costume a tônica do encontro, e cada vez mais me conveço que este assunto não só nos instiga e desperta o estudo, como também une as pessoas criando fortes laços de amizade, como o que acontece com nosso grupo. A todos nós, um parabéns!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O Futebol que me encanta!

http://www.youtube.com/watch?v=f3uHMOM8YiU

No momento ofensivo como grande princípio a circulação de bola em largura para criação de espaço em profundidade e desequilibrio no adversário, isto é, ter a bola, trabalhar a bola, ter a posse em segurança; como subprincípio criar campo grande, criar diagonais próximas e longas, se oferecer, se desmarcar; como sub-sub-princípio a comunicação. Este vídeo ilustra bem isto, algo que taticamente muito me atraí!

um abraço

Eficiência e Eficácia no Futebol

Aí está um tópico de importante abordagem no cenário do futebol, do treinamento do mesmo. Observo seguidamente treinadores, analistas, comentaristas, confudirem estes 2 conceitos. Eficiência está ligada à qualidade de algum processo, isto é, uma espécie de um "saber fazer" sobre determinado aspecto. Eficácia está relacionada ao produto final de alguma obra. Então ser eficiente não quer dizer ser eficaz, e vice-versa. Em um jogo de Futebol, por exemplo, uma equipe pode ser eficaz sem ter sido eficiente, bem como ser eficiente sem ter sido eficaz!

A partir de uma conversa com os colegas de trabalho após ter sido perguntado se preferia possuir um time eficiente ou eficaz, surgiu a questão a qual posteriormente surgiu um ótima reunião, rica em conhecimento: O que o treinamento deve buscar, a eficiência ou a eficácia dos atletas? Ou ambos?

O Futebol como um fenômeno complexo de elevada aleatoriedade e imprevisibilidade exige cada vez mais que as equipes possuam padrões comportamentais que levem à minimização destas imprevisibilidades e assim proporcione o sucesso nas ações em campo. Sendo assim, na minha concepção de jogo, privar pela eficiência do processo, isto é, qualificar o "saber fazer" do Modelo de Jogo da equipe proporciona uma maior e melhor probabilidade de sermos eficazes atingindo o produto final daquilo que o modelo propõe. A eficiência cria maiores condições de eficácia. Então é importante criar condições de eficiência aos atletas, para eles atingirem a eficácia.

Podemos identificar, em diversos jogos, equipes que possuem um alto nível de eficiência nas ações mas não atingem o produto, contra outras que são simplesmente eficazes dentro daquilo que propõe, ou seja, uma equipe que joga bonito, joga bem e cumpre muito bem aquilo que seu Modelo de Jogo impõe, mas não faz o gol, contra outra que joga um Futebol feio, desorganizado e bagunçado, mas faz o gol e vence o jogo! E a partir disso, como julgar quem foi melhor? Como julgar realmente o merecimento ou não de um resultado? Tema para outra postagem no blog..

Acho que isto é mais um ponto que faz o futebol se diferenciar dos outros esportes e ser este um fenômeno complexo fantástico!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A importância da Análise de Jogo

O jogo de futebol segundo Garganta (2002) é caracterizado pelo confronto entre duas equipes que disputam objetivos comus, realizando ações individuais e coletivas, de ataque e de defesa, com o intuito de recuperar, conservar e progredir para o espaço do campo que possibilite a finalização ao gol. Este se desenvolve pelo confronto entre dois sistemas complexos, pois o jogo se caracteriza por uma sucessiva alternância de estados de ordem e desordem, estabilidade e instabilidade, uniformidade e variedade, e portanto se projeta num estado de equilíbrio-desequilíbrio (Garganta. 2001). A lógica complexa do Futebol então decorre da elevada imprevisibilidade e aleatoriedade dos fatos do jogo, o que conduz a uma dificuldade na previsão dos desfechos do espetáculo (Garganta, 2000). O jogo surge a partir de uma interação entre uma dimensão mais previsível, leis e princípios de jogo, e outra menos previsível, a partir da autonomia dos jogadores que dão diversidade e singularidade aos acontecimentos (Garganta, 200).

A partir disso, a Análise de Jogo deve ser o núcleo central da orgaização e modelação do processo de treino e competição, pois é a fonte privilegiada de informação, que se aprende o que se deve treinar e orienta o treinamento para a meta desejada. Este tem por objetivo configurar modelos de ação dos jogadores e das equipes, isto é, identificar comportamentos que são padrões e que se correlacionem com a eficácia dos processos para a obtenção de um resultado. Além disso, a análise de jogo, nos seus diversos protocolos, tem por missão promover uma auto-avaliação da sua equipe, bem como desenvolver uma avaliação do adversário no sentido de obter as informações necessárias para impor o seu próprio modelo sobre os aspectos vulveráveis do mesmo.

A Análise de Jogo por Momentos, parece ser um meio eficaz para a identificação de padrões comportamentais relevantes. São eles os 4 Momentos que cada equipe possui numa partida: Momento Ofensivo, Momento Defensivo, Transição Defesa-ataque, Transição Ataque-Defesa.

Na volta, a novidade...


Boas coisas plantadas serão boas coisas colhidas! Ao chegar ao Brasil, a oportunidade da entrevista, o aceite, e a partir de então um novo ciclo no meu processo: Trabalhar no clube de minha admiração, no departamento profissional, atuando em um campo que muito me interessa, a Análise de Jogo. Agradeço aos colegas Thiago D. pela oportunidade concedida e pela maneira "guiada" que interage comigo, Rafael V. pelo aceite e pela forma a qual tem me inserido didaticamente etapa por etapa nos conteúdos nas rotinhas e numa forma de trabalhar com qualidade, e ao colega Thiago G. que juntos aprendemos e crescemos a cada dia em busca de um objetivo. Admiro-os pela qualidade e competência, e esta é nossa equipe!

O começo um bocado 'introvertido', pois é engraçado o fato de convivermos diariamente com os profissionais que vemos e admiramos todos os dias na mídia. Aos poucos a adaptação fez-me ir soltando. Douglinhas Costa:Meu apelido inicial! Putz, pegaram no meu pé, coisa do Souza e do Tcheco, baita arriados. Por um lado isso é bom, acabo ficando mais conhecido internamente, possuo a possibilidade de interagir mais, mas ao mesmo tempo o Douglinhas deve ir e vai mostrando suas qualidades e a competência no seu trabalho como analista de jogo.

Digamos que o primeiro passo da busca por um sonho foi dado, pois sempre sonhei estar neste ambiente que agora para mim é realidade. Poder interagir constantemente no que diz respeito aprender e participar das decisões de uma comissão técnica profissional é algo que muito me orgulha. Como lema no trabalho, missão dada, é missão cumprida: Problema ocorrido, é problema resolvido. Como meta, trabalhar bem, honestamente, com objetivos e humildade, na busca de ser melhor do que eu mesmo a cada dia, e assim construir meu caminho dando um passo de cada vez, em busca do grande objetivo!

"Aquele que teme perder, jamais irá vencer."

sábado, 27 de junho de 2009

Mudança Radical


Quando vê, uma grande oportunidade! em um pequeno pedadço de papel no mural da ESEF está lá escrito a abertura para intercâmbio na Universidade do Porto, em Portugal! Me candidatei (detalhe que dia seguinte o papel não estava mais lá). Dois meses depois a resposta: Selecionado! Inicio de setembro parti para la para estudar ao longo de um semestre. E mal esperava que iria ter uma overdose de futebol! A pulguinha da periodização tática poderia ser explorada, e isso me estimulava. Ao chegar la, uma vida nova: morar sozinho, adaptação, novos hábitos, saudade imensa das pessoas. Foi dificil. Mas a motivação de aprender e crescer na profissão me dava forças! Assim, pra resumir, era futebol de domingo a domingo, entre as duas disciplinas do esporte na universidade (Uma prática com o prof José Guilherme - aux. tec. da seleção portuguesa, e outra com o fantástico prof. Vitor Frade - o precursor da Periodização Tática), 0 trabalho como auxiliar técnico das categorias de base do Boavista FC, a pesquisa no centro de estudos em análise de jogo (com artigo pubicado em congresso internacional sobre a eurocopa 2008) e ainda como jogador da seleção universitária na disputa do campeonato portugues (único brasileiro na equipe, titular como extremo esquerdo). Ou seja, era tudo muito dinamico! meu caderninho de anotações, sempre presente, enchia de novos conceitos, aprendizados e reflexões. Parecia que minha cabeça estava abrindo!

Me marcou muito a experiência de ter trabalhado na categoria de base la. Primeiramente pela maneira como ocorreu. De início, após enviar um email, fui la meio na 'cara dura' digamos assim. "As comissões técnicas estão todas fechadas". Putz! Porém, o diretor da base consegue me "encostar" digamos assim na sub-10, e voluntário. Aceitei na hora. No final do dia, do treinamento, vem a noticia: o auxiliar da sub-13 saiu, vais assumir no lugar. Beleza!..remuneração... No primeiro jogo que fui, fiz uma análise do jogo bem elaborada e entreguei no treino a seguir ao treinador, sem ter havido a necessidade. Foi meu cartão de visita, e foi muito importante pra sequencia do trabalho.Foram duas semanas na qual aprendi muito com os miúdos, que me chamavam de mister, e com o treinador principal. Bom trabalho plantado, rende bons frutos a seguir. Passada estas semanas, vem nova proposta: ser aux. tecnico da sub-15. Maravilha, em 3 semanas subi 3 categorias, excelente! e ai sim, a coisa deslanchou, um grupo otimo de trabalhar com uma comissao muito entrosada. Grandes jogos, viagens (como para a serra jogar um jogo nevando a -3°C), eventos, enfim...além disso, no mesmo período surge a oportunidade para ser o treinador principal da sub-10 da escolinha paralelamente com a seleção, com uma nova ajuda financeira também, nos finais de semana. Ótimo o trabalho com os "putos"!

Aprendi muito especialmente porque poderia associar o que já sabia, com o que aprendia na universidade, com o que aprendia jogando, com a prática no campo. Fantástico! Grande amizades feitas, respeito pelos "gajos" colegas de trabalho e por atletas, e a saída com portas abertas para voltar quando quiser foram as principas recompensas do trabalho. E quanto a pulguinha da periodização tática, ahhh, excelente! pude explorar muito, questionar e admirar... conhecer um pouco mais do trabalho do ídolo José Mourinho! Conhecer a teoria da complexidade, completamente compreendedora do futebol...resta saber a resposta quanto sua operacionalização aqui no brasil, pois como dizia Vitor Frade.. "Ninguém tem necessidade daquilo que desconhece"
O que me marcou muito: "O todo é maior do que a soma das partes"
E quanto a periodização tática, é nada mais do que um saber sobre um saber fazer...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

2007: O Ano!


Creio que este tenha sido o período de maior responsabilidade ao longo de minha caminhada até então, pois assumi como treinador principal da categoria do sub-11 no São José, paralelamente ainda com as equipes do militar e com a faculdade. Digo isto porque nesta função desempenhada, além de treinador, aprendi a ser administrador, gestor, psicólogo, nutricionista, motorista, diretor financeiro, promotor de eventors, e até mesmo pai! rsrsrs, mas é verdade, tudo em prol das dificuldade encontradas para realizarmos um bom trabalho. Mas motivação não me faltava, pois em minhas mãos havia um grupo fantástico, seja dentro de campo como fora dele, ao qual valia a pena todo extremo desgaste que tinha. As vezes penso que irei demorar para trabalhar com um grupo tão bom. (Paralelamente a isso, começava a aprender algumas teorias de treinamento no futebol vindas de portugal, como a periodização tática, e comecei a plantar uma pulguinha, e operacionalizar no meu trabalho algo sobre esta...hmmm, parecia interessante!.....) Como fruto do processo, 4 campeonatos disputados, 2 nacionais e 2 estaduais, 1 titulo e 2 vices; atletas com um excelente desenvolvimento no campo; fora dele, mais educados e mais comprometidos com os estudos; e uma gama imensa de amigos conquistados. Aprendi neste período que não importa o tamanho do esforço que se faça quando se acredita que no final o objetivo será alcançado: o meu foi, e hoje olho para trás e digo não há nada melhor do que a sensação do dever cumprido. Até hoje mantenho contato com meus atletas, eles estão muito bem, tenho o respeito e admiração deles e isto pra mim é a recompensa do meu trabalho..
Ao final do ano, ainda fui coroado com a oportunidade de me formar no Curso de Treinador de Futebol da Associação Brasileira de Treinadores de Futebol - ABTF - no Rio de Janeiro, curso reconhecido nacionalmente pela CBF e internacionalmente pela Federação. Mas a "pulguinha" portuguesa continuava me coçando....

O decorrer...


Final de 2006 surge a oportunidade de ingressar em um clube: Esporte Clube São José. Comecaria lá um novo grande crescimento. Paralelamente ao trabalho exercido no militar, iniciei com auxiliar técnico da categoria sub-10. Três semanas depois, estava de auxiliar técnico da sub-14 prestes a disputar o EFIPAN (Encontro Internacional de Futebol Pan-Americano). Competição esta a qual iniciei meu trabalho como analista de jogo, pois desenvolvia ao longo da competição análise e relatório de adversários ao treinador Rodrigo Lameira. Fizemos juntos toda a comissão um belissimo trabalho, e foi mais uma experiência muito positiva. Na volta, tive a primeira oportunidade aí como treinador desta equipe na competição de Saudades-SC, primeira vez como técnico num clube, com 20 anos. O andar da carruagem era rápido, assustava, mas gostava desses desafios, ia superando todos com bastante humildade, trabalho e estudo! ...

Um pouco do começo...


Ao entrar na universidade em março de 2005, já não tinha dúvidas que gostaria de trabalhar com futebol por ter sido atleta e tentado ser jogador por longo tempo. Além disso, admirava meus professores de educação física do colégio militar e me apetecia estudar a fundo a área, especialmente a do futebol pois sempre fui muito curioso quanto ao planejamento da forma de treinar, de ensinar. Antes mesmo de iniciar os estudos acadêmicos, um convite por parte do professor Otto para estagiar com as equipes de futebol escolar do militar, foi o pontapé de partida. A partir de então, foram 3 anos e meio de muito aprendizado, campeonatos, muitas conquistas com a gurizada, experiência, viagens pelo Brasil, amizades, e futebol! Agradeço muito aos meus mestres professores Otto e Venzon pela oportunidade me dada e principalmente pela maneira que me inseriram aos poucos na função de treinador de futebol através de um processo ao qual eu caminhava passo a passo, cuidando para não dar passos em falso ou então passos maior que as pernas...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Apito Inicial

Sejam bem vindos ao meu blog!
Inspirado na idéia de minha namorada Adri, venho através deste procurar abordar, questionar, discutir tudo que há relacionado à prática profissional que escolhi, isto é, o treinamento do futebol, com o objetivo de propocionar temas que envolvam a complexidade que abrange este fenômeno esportivo. Ao longo de minhas postagens, pretendo trazer conceitos, noticias, pensamentos, bem como compartilhar experiências e expectativas que penso serem pertinentes.
Fiquem a vontade para interargirmos.
Um abraço,
Lucas Oliveira


"A condição de existência do ser humano está na relação com o outro, através da interação"